'Naquela noite, havia alguns pastores nos campos próximos, vigiando rebanhos de ovelhas. De repente, um anjo do Senhor apareceu entre eles, e o brilho da glória do Senhor os cercou. Ficaram aterrorizados, mas o anjo lhes disse: "Não tenham medo! Trago boas notícias, que darão grande alegria a todo o povo. Hoje em Belém, a cidade de Davi, nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor! '
Lucas 2:8–11
'"Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas!". À medida que Jesus ia passando, as multidões espalhavam seus mantos ao longo do caminho diante dele. Quando ele chegou próximo à descida do monte das Oliveiras, seus seguidores começaram a gritar e a cantar enquanto o acompanhavam, louvando a Deus por todos os milagres maravilhosos que tinham visto. '
Lucas 19:36–38
Chegamos à temporada do Natal. Época em que casas, lojas, praças e cidades inteiras se enfeitam para celebrar, por diferentes motivos, a festa cristã (quem lembrou de "Então é Natal" já ganhou uma estrelinha).
Não pretendo questionar as origens do Natal, criar controvérsia em torno da manutenção da comemoração por motivos comerciais ou levantar quaisquer suspeitas sobre o que se comemora na festa. Só quero que possamos aproveitar essa oportunidade para trazer à memória o que significa o nascimento de Jesus.
Como cristão, creio que o povo judeu sofria sob o domínio romano e, havia muito tempo, aguardava um messias libertador, um rei guerreiro que restabelecesse o domínio à Casa de Davi e trouxesse paz ao povo de Deus ao enfrentar o poder dominante, o império opressor. O Messias seria, portanto, a esperança de um povo oprimido.
Porém, as narrativas da natividade, como registradas nos Evangelhos, não dão conta do nascimento de um rei guerreiro, senão de um humilde servo, de um homem do povo. Contudo, este não era somente mais um judeu nascido naqueles dias, era o Emanuel - o Filho do Homem, Aquele em que habita corporalmente toda a plenitude da Divindade.
'Pois nele habita em corpo humano toda a plenitude de Deus. '
Colossenses 2:9
Então, de fato, nasceu um rei. Nasceu o Rei que veio servir, cujo reino não é deste mundo (nem na aparência, muito menos na organização política). Nasceu o Rei que tomou assento à mesa dos desprezados e decretou que havia lugar, na mesa de seu banquete real, para eles também. Nasceu um Rei cujo domínio é eterno.
'Jesus respondeu: "Meu reino não é deste mundo. Se fosse, meus seguidores lutariam para impedir que eu fosse entregue aos líderes judeus. Mas meu reino não procede deste mundo". '
João 18:36
Jesus é este Rei. A luz para os que andavam em trevas, a liberdade para os oprimidos, a cura para os enfermos, o resgate dos cativos - Ele é o Rei Libertador definitivo. Seu poder não tem a aparência que se esperava, seu domínio não tem a influência que se desejava, sua riqueza não consiste em prata ou ouro, e sua autoridade não se impõe por força ou por violência.
Todavia seu poder transforma o mais vil pecador no mais bem-aventurado justo, seu domínio se estende para além da vida - vencendo o pecado e aniquilando o poder do diabo e da morte -, sua riqueza é a vida eterna em comunhão com o Pai - na condição de filhos amados que Ele deseja partilhar com todos os que creem - e sua autoridade se manifesta em verdadeira bondade e verdadeiro amor.
Que esta temporada natalina seja um momento de reflexão, uma oportunidade para nos debruçarmos sobre a história e o mistério da Encarnação e alinharmos nossa esperança à boa notícia anunciada aos humildes pastores por um glorioso anjo de Deus e confirmada e certificada por toda a vida e pelo ministério de Cristo.
Que sejamos capazes de lembrar do Filho de Deus nascendo humilde e frágil como qualquer um de nós. Que possamos nos lembrar de que foi assim que Deus veio nos visitar; foi assim que Ele nos deu uma amostra do quanto Ele está disposto a nos salvar de nossos pecados.
Glória a Deus nas maiores alturas! O Rei nasceu!
Que Deus abençoe sua vida. Feliz Natal!
Originalmente publicado em Credo Imaginado.



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